Yakecan passou. O ciclone que causou terror na região sul parece ter-se mantido sobre o oceano, não se direcionou para o continente, conforme as previsões meteorológicas e parece que as suas consequências não foram tão devastadoras, pelo menos na região de Porto Alegre.
“Sons do céu” – significado de Yakecan em tupi-guarani -, como todos os fenômenos naturais, nos traz a oportunidade de nos conhecermos melhor e ouvir o que a natureza quer nos dizer sobre nossas emoções e resiliência.
E qual a leitura que podemos fazer desse evento?
Nessa situação, podemos começar a reflexão diferenciando o medo, dos sentimentos de ansiedade:
- Medo – estado básico de alerta para o perigo real e imediato.
- Ansiedade é desencadeada pelo medo, mas está orientada para eventos futuros que causam apreensão e alterações fisiológicas, comportamentais e cognitivas, decorrentes do instinto de “lutar, fugir ou congelar” diante das possíveis ameaças.
Muitas situações exigem cuidados reais, mas a ansiedade para enfrentar os acontecimentos pode ser reduzida, desenvolvendo o pilar da orientação positiva para o futuro.
Quantas vezes enfrentamos os piores pesadelos somente na nossa imaginação? Sêneca já dizia, “algumas coisas nos atormentam mais do que deveriam; algumas nos atormentam antes do que deveriam e algumas nos atormentam quando não deveriam nos atormentar. Temos o hábito de exagerar, imaginar e antecipar a tristeza.” Moral da história: muitos dos nossos medos se tornam memes.
Para desenvolver-se pessoal e profissionalmente, ser mais resiliente, reconhecer e tratar a ansiedade é um pré-requisito.
No livro “Medo: Sabedoria indispensável para transpor a tempestade”, de Thich Nhat Hanh, o autor sugere que “uma emoção forte é como uma tempestade que surge, permanece por um tempo e depois passa. Todos devemos aprender a sobreviver a uma tempestade. A respiração diafragmática, ou profunda, é essencial.”