O vestibular, assim como as diversas dificuldades de nossas vidas, é mais um desafio a ser vencido. Porém, muitas pessoas transformam esse desafio no motivo de sua existência, ou seja, a pessoa deixa de lado todas as suas atividades não relacionadas à prova a ser enfrentada para se dedicar exclusivamente ao vestibular, o que é um grande erro, e, infelizmente, isso é uma das maiores causas de reprovação entre os vestibulandos. Agora, costumo afirmar que a receita para se rodar em um vestibular é apenas estudar, em outras palavras, agir, pensar, existir apenas em função do vestibular o tempo todo. Nesse sentido, a ajuda psicológica foi fundamental para minha aprovação, já que eu, mesmo já sabendo disso, não conseguia fazer outra coisa sem ser estudar, pois sempre que fazia outra atividade não-relacionada à prova, sentia-me com a consciência pesada, aquela sensação de culpa (poderia estar estudando..).
Por outro lado, isso não significa que devemos largar o estudo, estudar quando quisermos; precisamos, portanto, ser organizados, saber qual é o momento de estudo e de desconcentração,filtrar o que é importante. Um outro aspecto deveras importante nesse meu último ano de preparação consistiu na autoconfiança, fundamental para a aprovação de qualquer pessoa. Sempre fui muito autoconfiante, às vezes até em excesso, e as conversas com a Simone estimularam essa minha autoconfiança num nível incrivelmente benéfico em prol da prova. Aprendi mais do que nunca que jamais podemos duvidar de nós mesmos, da nossa capacidade intelectual e física. O mais, digamos, diferente de todo esse trabalho psicológico é que ocorre uma mudança não-visível em nós mesmos, uma mudança que só nós conseguimos sentir, uma diferença no estado de espírito para enfrentar a prova.
Lembro-me da última consulta em que afirmei sentir-me estranho, afinal estava indo para a prova como se fosse tomar café, estava sem “muita emoção”, e a Simone prontamente me disse: “E qual é o problema disso? Dessa forma, tu estás pronto para enfrentar a prova”. E realmente eu estava. Para finalizar, ouso afirmar que o principal motivo pela minha reprovação no ano anterior foi não conciliar o vestibular com as outras atividades, e que eu não fui o exemplo perfeito de conciliação nesse ano de minha aprovação, afinal vivenciei o vestibular por quase 90% do tempo. Garanto que, se tivesse diminuído um pouco essa porcentagem, teria uma colocação melhor no vestibular do que a de 34 e 49, mas isso não é importante, afinal o que vale é estar lá dentro.