O que fiz de diferente este ano para passar no vestibular?” É essa a pergunta que me fazem, e que vou tentar responder agora…Estou tendo um pouco de dificuldade nisso, já que em 2002 estudei tanto quanto estudei em 2001 e em 2000, talvez até mais (apesar de sempre achar que nunca era o bastante!). O que realmente fiz de diferente este ano, e que acredito que tenha sido o “algo mais” que procuramos para passar, foi tentar cuidar um pouco da minha cabeça, não no sentido intelectual, como já disse, mas no emocional. Em 2002, apesar de admitir que, sim, sacrifiquei muitos finais de semana para assistir aula ou simplesmente estudar (quem já fez intensivo sabe que não tem jeito), resolvi fazer ioga e procurar ajuda psicológica. Enquanto a ioga servia de válvula de escape pro estresse acumulado (o que é a função de todo o exercício físico), o auxílio psicológico me ajudou a resgatar os objetivos que me levavam à Medicina, a desassociar as renúncias que estava fazendo a sofrimento e, principalmente, me ajudou a acalmar aquela voz interior, que todos conhecemos, que diz: “tu não estás estudando o suficiente”- o que ajudou a fazer a idéia de estudar na FFFCMPA mais real.
O que aprendi com tudo isso? Primeiramente que, ao contrário do que imaginava, ter uma rotina que só tem espaço para estudos não é muito estratégico; mesmo que a situação obrigue, como é o caso de quem faz intensivo, parar um pouco, nem que seja três horas por semana, te faz sentir mais humana e isso ajuda muito na hora de voltar aos livros! Outra coisa é que, por mais que estudemos para acalmar aquela voz interior, nós não conseguimos saber tudo, nem revisar tudo na última hora, e isso não significa, necessariamente, que não sabemos o suficiente. É óbvio que, quanto mais se estuda, mais se sabe, mas tudo não se consegue saber nunca; para minha surpresa, galera, o que sabemos é o bastante; eu não sei tudo e passei!
Para terminar este depoimento, quero deixar um recado para o pessoal que está tentando há tempo, ou que já chegou bem perto da vaga: é difícil começar tudo de novo, eu sei, mas procurem, antes de tudo, reavaliar suas atitudes em relação ao vestibular, a fim de descobrir o que está faltando. De repente, a questão não é estudar mais, mas simplesmente aceitar que não se pode acertar tudo, ou , quem sabe, se cuidar melhor durante o tempo de preparação para a prova! Às vezes, nem são necessárias grandes mudanças!