Marcos Breunig ( Medicina UFRGS) – 2000

Hoje estou sentado aqui, com alguns problemas de antigamente: começar… Mas se isto já é um probleminha antigo, me fez lembrar de um dispositivo muito potente para superá-lo: pensar nisso! É, pensar um pouco mais nisso, em mim, no jeito que faço as coisas, no jeito que começo, no jeito que desisto, ou seja, pensar no que for necessário saber de mim, para concluir alguma coisa do que estou vivendo – ou seja, me dar conta! 
Bom, o tempo passou e, me dando conta disto, fui um pouco mais adiante: como o tempo vai passando e os problemas que julgamos que temos muitas vezes são os mesmos, é porque também podemos concluir que os mesmos não se resolvem de uma só vez. Outras constatações também vão se apresentando com maior nitidez: precisamos resolvê-los todos para chegarmos a alguma meta? Às vezes ficamos esperando o momento ideal, o dia ideal, a hora ideal, e achamos que começar uma etapa nova é dependente de fatores e condições ideais.   
Portanto, uma das muitas coisas que eu gostaria de “me dar conta” antes? Que “dar-se conta” é uma habilidade muuuuito necessária para tudo que fazemos. Que, no nosso jeito de levar a vida, nem tudo sempre é diferente, nem tudo sempre é igual – se desejarmos, podemos identificar e potencializar nosso próprio jeito de dar conta dos desafios. Se o universo é tão mais diverso que nós mesmos… não seria mais fácil buscar nosso próprio jeitão, nossa própria lógica de “andar na vida”? Não existem jeitos estabelecidos para resolver problemas, mas existe nosso próprio jeito de encarar as coisas, dar conta dos desafios e porque estão tão próximos de nós, são saberes de ouro…