Escolha profissional

“De acordo com o censo da Educação Superior realizado pelo Ministério da Educação (MEC) no ano de 2008, apenas 55% do total de alunos de instituições privadas concluem seus cursos. Esse número sobe para cerca de 70% quando se trata de universidades públicas. Além das dificuldades para pagar as mensalidades, a troca de curso no início da faculdade é outro fator determinante da evasão; é o que assegura Reynaldo Fernandes, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pelo censo”. (Escolhas conscientes evitam evasão 13.04.2010, http://jc.uol.com.br/coluna/trajeto-profissional/noticia/2010/04/13/escolhas-conscientes-evitam-evasao-219157.php)

A notícia acima não é novidade. Já é antiga. No meu tempo de universitária do curso de Psicologia, esta era uma preocupação do Serviço de Orientação Profissional da UFRGS. Em todo o país, de norte a sul, existem iniciativas interessantes para minimizar essa problemática.

É consenso entre os diversos serviços de orientação profissional que o aluno necessita ter autoconhecimento, informação quanto ao curso e ao mercado de trabalho, ou seja, precisa saber responder às questões – “quem sou eu, o que eu quero e posso fazer, e quais as oportunidades que me apresentam”. Certamente, essa não é uma tarefa simples para um jovem de 17 – 18 anos.

Porém, um dos grandes problemas que essa geração apresenta hoje, durante o processo de escolha profissional, é o imediatismo. A chamada geração zapping (originada do termo zappear), que vocês conhecem bem, nasceu com o controle remoto nas mãos, na época dos jogos eletrônicos e outras tecnologias. Essa inovação tecnológica influenciou no agravamento de um traço da juventude, comum em qualquer geração, mas fortemente desenvolvida por essa geração: o imediatismo.
A atual geração, por influência desses hábitos, costuma ser imediatista em todos os sentidos. Na preparação para o vestibular, os alunos também tem dificuldade em investir no processo de aprendizagem, esperando já saber tudo sem muito esforço. Porém, em relação à escolha profissional esse imediatismo também se evidencia: os alunos querem escolher uma profissão que dê o retorno financeiro mais rápido possível, com o mínimo de esforço e dedicação. Quando observo essa tendência, logo vou dizendo que se essa opção existisse, todos nós saberíamos e só teríamos profissionais formados nessa área, com raras exceções de alguns profissionais vocacionados e fiéis aos seus princípios, independente de facilidades ou dificuldades profissionais a enfrentar.
Você que é jovem, e está lendo esse artigo, procure exercitar a paciência e a concentração no momento presente. Por que tanta pressa? Pense: as pessoas que tiveram sucesso perseveraram muito, trabalharam arduamente, não construíram uma obra, uma empresa, um nome da noite para o dia. É melhor enfrentar essa realidade o quanto antes, para ingressar na faculdade bem consciente das dificuldades que virão pela frente,

“Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento. “
(Isaac Newton)