Se você ainda não sabe qual é o seu propósito e está tentando identificar, comece a sua pesquisa por essa estratégia: leia histórias inspiradoras de pessoas que não se intimidam com a crise ética ou financeira pela qual estamos passando.
Pesquiso sobre o propósito de vida há mais de 25 anos. Posso dizer que, muito mais do que uma paixão, é um tema que mantém o meu fôlego, o despertar pela manhã, facilitando o gerenciamento da minha força de vontade. Dessa forma, a minha atenção sempre foi voltada para tudo que diz respeito ao propósito de vida e me parece que ultimamente tem se falado mais frequentemente sobre o tema.
Tenho ouvido falar em programas de televisão que abordam o empreendorismo em tempos de crise: os entrevistados deixam claro que, ao investir um negócio próprio, é preciso saber qual é o propósito pessoal, isto é, se existe identificação com a proposta a ser gerida.
Na web, os consultores das mídias digitais enfatizam: para fazer um bom trabalho de divulgação, aproveitando as oportunidades que as redes oferecem, é preciso saber qual é o seu propósito.
Mas afinal, como é possível saber qual é o propósito pessoal? Certamente, não é uma resposta simples, que se esgota em um artigo. Propósito de vida é experiência, é troca, é um conjunto de sensações positivas que alimentam novas ações e a manutenção dos esforços, por isso os consultores enfatizam a importância de saber o propósito pessoal para empreender, seja em um negócio virtual ou físico.
Considerando a relevância do tema, hoje começo uma série de artigos sobre o propósito de vida, compartilhando minha experiência enriquecedora com professoras e alunos de ensino médio, ocorrida no último dia 22 de maio. Aproveitando a visita a amigos na cidade, agendamos uma palestra sobre o Gerenciamento da Força de Vontade nos estudos na Escola Estadual Antônio Padilha, da cidade de Ijuí, distante 416 quilômetros da capital gaúcha.
Lá, encontramos profissionais que vivem com o objetivo de formar cidadãos conscientes e participativos, independente das condições financeiras da escola ou de salário parcelado. Suas histórias são verdadeiros relatos de pessoas que estão vivendo com propósito em tempos de crise: proporcionam aos alunos atividades extra-classe sobre inclusão social em conjunto com a APAE local, fazem oficinas de valorização da leitura e preservam uma boa biblioteca decorada pelos próprios alunos com material reciclado, continuam buscando o aperfeiçoamento profissional, além de oferecer palestras sobre temas diversos para fomentar o debate e a reflexão dos alunos.
Quais os resultados que elas alcançam com tanto esforço? Alunos participativos, interessados, curiosos, que sabem gerenciar a sua força de vontade com sabedoria: exatamente como se mostraram durante a palestra. A equipe da escola ensina na prática o que é viver com propósito, e eles aprendem – alguns jovens com as quais conversamos já têm as diretrizes de seu projeto de vida e pretendem estudar em São Paulo e Santa Catarina, onde enxergam melhores oportunidades. Alunos e professores também demonstraram humildade para aprender e senso de gratidão – mais raros nos grandes centros.
Felizmente, não precisamos procurar muito para achar pessoas como a Zelair, a Adiles, a Cleide e seus alunos. Sabemos que o Brasil está cheio de pessoas superando dificuldades e fazendo a sua parte, independente da situação política do país. Isso é viver de propósito em tempos de crise. Se você ainda não sabe qual é o seu propósito e está tentando identificar, comece a sua pesquisa por essa estratégia: leia histórias inspiradoras de pessoas que não se intimidam com a crise ética ou financeira pela qual estamos passando.
Aproveito para registrar o meu agradecimento especial aos alunos e professoras da Escola Estadual Antônio Padilha, pela oportunidade de compartilhar a minha experiência. Viver com propósito é isso: é troca, aprendizagem mútua, esperança e gratidão. Fica o convite para que você também compartilhe comigo suas experiências de propósito: todos irão se beneficiar.