Sempre volto a um dos temas muito importantes que envolve os vestibulandos: suas famílias.
E dentro do tema “família”, um dos principais é a aceitação. Aceitação, segundo o dicionário é sinônimo de acolhimento, aprovação, receptividade.
Na minha experiência profissional, esse parece ser o problema mais comum: a falta de aceitação. Pais que têm dificuldade em aceitar suas próprias limitações são exigentes com os filhos. Estes, por sua vez, tornam-se exigentes consigo quanto com seus pais. Ninguém se permite falhar. E isso gera estresse em todo grupo familiar.
Como tratar? Cada um, individualmente, precisa buscar a auto-aceitação, para então compreender o outro. Se cada um admitir que está fazendo o que pode, e tentar melhorar no acolhimento ao outro, é possível reverter essa situação.
Acolhimento significa reconhecer o esforço do outro em acertar, elogiar, estar disponível para ajudar, pedir desculpa quando errar, mas principalmente, aceitar que todos erram, ainda que estejam tentando acertar. Pelo que vejo, no meu consultório, tanto pais quanto filhos estão tentando acertar, mesmo com dificuldade. Vamos reconhecer as tentativas mútuas em acertar, isso vai facilitar o enfrentamento dos desafios.
Sempre que me defronto com essas situações, lembro de uma canção do Renato Russo, que é do meu tempo de vestibulanda, e muitos de vocês talvez nem conheçam, intitulada “Pais e filhos”, que tem um trecho que fala:
“…é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã
porque se você parar pra pensar, na verdade não há…
você diz que seus pais não lhe entendem,
mas você não entende seus pais
você culpa seus pais por tudo…
isso é absurdo, são crianças como você
o que você vai ser quando você crescer…”