Quando saí de Ijuí(RS) em 2005, não tinha nenhuma idéia a respeito da estrutura de apoio aos vestibulandos em Porto Alegre. Fiz extensivo em um cursinho não muito indicado para aqueles que desejavam a medicina. Acabei não passando no vestibular, não pelo cursinho – até porque cursei o mesmo em 2006 -, mas por não ter estudado o suficiente no meu 1º ano em POA, e por ter enfrentado o sofrimento e a culpa de esconder de meus pais um namoro. Consegui, em seguida, a oficialização deste. Neste 2º ano de cursinho foi mais complicado: enfrentar as mesmas piadinhas dos professores, ter ânimo para estudar, e para piorar, um namorado ciumento e cheio de cobranças.
Prestei vestibular para enfermagem em julho na UFPEL e fiquei em 2º lugar. Achei que agradaria meus pais, mas eles só ficaram mais tristes e preocupados pensando que eu estava indecisa em relação a escolha profissional. Aí começaram as consultas com a Simone, e com elas, minhas forças, esperanças e convicções aumentaram para eu conseguir lutar pela medicina. Fiquei firme, pois confiei que eu era boa o suficiente para ser médica. Fiz 4 vestibulares (UFPEL, FURG, UFRGS e FFFCMPA, respectivamente) e fiquei decepcionada com os primeiros resultados, mesmo com o 3º lugar de suplente na FURG, ainda não estava satisfeita. Porém, no último e o mais problemático vestibular, tive certeza de que havia chegado minha vez. Sou hoje aluna de medicina da FFFCMPA. As condições nem sempre foram as melhores para alcançar a minha aprovação.
Entretanto, acredito que ter alguém que acompanhasse minhas dificuldades e tentasse me ajudar com imparcialidade, como fez a Simone, me colocou em vantagem em relação aos outros concorrentes. Senti que tinha uma professora a mais que os demais no vestibular – que foi o motivo pelo qual procurei ajuda psicológica, porém que hoje vejo que somente é uma fase pela qual passamos -, mas, principalmente, uma professora para me ajudar a enxergar melhor a vida, e esse sempre foi um importante eixo de nossas conversas.