Em 2015 conhecemos a Amanda encaminhada por um de nossos parceiros de trabalho, o professor Sanabria. Com muito desejo de se superar, mas com dificuldade para administrar suas emoções e seus pensamentos. Ela tentou colocar em prática o que aprendia durante o ano, tinha boa vontade, mas não foi fácil. Ela parecia acelerada demais para gerenciar os seus esforços em direção à sua aprovação em Medicina, apesar de tomar medicação para déficit de atenção e hiperatividade. Terminamos o ano frustradas, sem qualquer resultado positivo. Eu sabia que seria necessário buscar alternativas para ajudá-la. Nós nos deparamos com as limitações das técnicas e estratégias utilizadas até aqui.
Felizmente, conhecemos o treinamento de Neurofeedback, trazido para a nossa equipe pelo psicólogo Héctor, no qual Amanda prontamente se engajou. Algo diferente precisava ser tentado e Amanda foi corajosa em aceitar o desafio.
Meu nome é Héctor e meu foco de trabalho é com Psicofisiologia Aplicada, o nome pode parecer complicado, mas sua lógica é simples: trabalha com a relação corpo e mente e o registro de atividades fisiológicas e sua relação com pensamentos e emoções. Mais especificamente com as técnicas de Bio e Neurofeedback. (Para entender mais, clique aqui!).
Atualmente circula nos meios de publicidade uma campanha relacionada com as olimpíadas do Rio 2016 e veiculada pela SporTv com slogan “Foco, Força e Fé”, utilizando a música do Projota com mesmo título https://www.youtube.com/watch?v=2YTGyDxDMkc:
“… Foco: um objetivo pra alcançar
Força: pra nunca desistir de lutar e
Fé: pra me manter de pé, enquanto eu puder
Haja o que houver, só preciso de
Foco: um objetivo pra alcançar
Força: pra nunca desistir de lutar e
Fé: pra me manter de pé, enquanto eu puder
Só preciso de foco, força e fé …”
Se eu fosse resumir a trajetória de Amanda rumo a seus objetivos, este seria um título muito apropriado “Foco, Força e Fé”. Conseguimos estabelecer um trabalho para desenvolver seu Foco e fazer despertar sua Força e sua Fé que estavam abaladas, mas presentes no âmago de seu ser.
Através do treinamento de Neurofeedback foi possível desenvolver sua capacidade de foco, atenção, concentração, tomada de decisão e desta forma restabelecer um equilíbrio maior de seu cérebro e assim poder utilizar com maior eficiência o seu imenso potencial. O mais recompensador neste tipo de trabalho é possibilitar que a pessoa possa ser o melhor que pode ser, que redescubra sua força, sua fé, que busque sua máxima performance e persista nos seus sonhos.
Foi um convívio muito rico onde todos saíram melhores e aprendemos conjuntamente. Lembro que nas primeiras sessões de treinamento cerebral, logo no início das séries (sim, parece academia …), Amanda tinha que se deparar com um estado de sono “de morrer” como ela costumava chamar. Isto confirmava, e podia ser visualizado no nosso software de treinamento, que havia muita produção de “ondas lentas” no córtex pré-frontal no momento que ela tinha que prestar atenção na tarefa designada no treino. No dia a dia equivale aos momentos em que tinha que prestar atenção nas aulas e quando tinha que estudar em casa.
Este registro de presença excessiva de ondas lentas (Delta e Theta), superiores às ondas Beta (mais adequadas para esta região do cérebro e para a atividade proposta) é uma das características marcantes do TDAH e neste caso, confirmava o diagnóstico que ela relatou no seu histórico.
Foram três meses intensos de treinamento e neste período vi aflorar a sua força interior, penso que este fator é fundamental para o sucesso de qualquer pessoa, todos tem esta força, é preciso saber conectar-se a ela, fazê-la crescer para nos levar adiante em nossos propósitos.
Houve um momento marcante no meio dessa trajetória que foi um dia em que o desempenho na tarefa do treino do dia estava “fraco” e de repente o desempenho mudou drasticamente, ao final daquela série perguntei: O que aconteceu? O que você fez de diferente? Ela respondeu: “Me indignei! Pensei: tem que poder mais do que isso…” e foi assim que naquele momento constatei que havia um poder de reação muito grande e que poderia utilizar essa “indignação” (força interior) para colocar em prática no seu cotidiano de preparação para o vestibular.
Neste sentido, vale ressaltar um fato interessante, muitas vezes somente o “querer” não é suficiente para as coisas acontecerem, por exemplo: em termos físicos, não adiantaria pensar em levantar um peso grande se a musculatura não estiver suficientemente desenvolvida e se a pessoa não estiver bem nutrida. Da mesma forma o cérebro precisa ter as condições mínimas necessárias para desempenhar o que nos propusermos.
Neste paralelo podemos analisar que ao restabelecer um maior equilíbrio na dinâmica cerebral, criam-se as condições para que de fato, o querer manter o foco, a persistência e a superação, fossem funcionalmente possíveis.
A cada dia de treino, a autopercepção sobre os pensamentos e fisiologia do seu corpo aumentavam e desta forma, propiciava a volta do “comando” sobre si, não mais era levada por pensamentos automáticos ou emoções, mas agora podia percebê-los e tomar decisões a respeito. Estava de volta ao jogo!
Enfim, haveria muito para contar desta experiência em conjunto, mas o que vale destacar é a força interior dessa guerreira que com Foco, Força e Fé! Conseguiu alcançar este objetivo de ingressar na faculdade de Medicina. Como ela mesma disse em seu depoimento “… ajudaram a despertar o leão adormecido …”.
Parabéns do fundo do coração Amanda, tuas conquistas são nossas também.
Abraços de Simone e Héctor.
Segue seu depoimento postado na Facebook:
“Quinta feira, quando meu telefone tocou com o Sanabria me ligando, aquele momento foi de um baita significado para mim. Ali, descendo a Fernandes Vieira onde há alguns anos se iniciava um ciclo, agora se fechava e não tinha pessoa melhor do que ele para me dar a notícia da minha aprovação. Acompanhou-me desde o início e sabe de cada detalhe da minha caminhada. Muito obrigada por tudo, por todos os puxões de orelha, não só nas matérias, mas na vida. Obrigada pelo amor e pela paixão a profissão transmitidos. Muito Obrigada por ter me feito chegar até a Simone e ao Héctor, pessoas enviadas que sem elas nada disso estaria acontecendo. Esses dois me juntaram de pá do chão e me reergueram para a vida, ajudaram a despertar o leão adormecido pelas drogas. Sim, drogas, porque remédio também é droga. Dificilmente alguém poderia ser mais drogada que eu quanto a estimulantes para estudar. No fim de 2015 tinha dias que tomava 4 ou 5 tipos de estimulantes diferentes. Ritalina? Que nada! Ritalina é água! Meu negócio era >> (Venvanse, bup, guaraná cerebral, café preto…). Sono? Que nada, mete mais um venvanse aí que melhora. Mas aí chegaram as provas e mais um ano que eu entrava em colapso, batimentos a mais de 100, branco nas provas, pensamentos negativos, diálogos internos, agitação mental, meu raciocínio para as exatas melhorava, mas era incapaz de parar quieta, ler um texto e compreendê – lo. Uns 2 anos de muitos medicamentos. Resultado: desisto, chega! Eu não me aguento mais. Vou fazer outra coisa. Nem uma semana, não era meu lugar em outro curso!! Ainda assim, só continuei lutando pela força que a Mariana e meu irmão Chico me deram. Provaram que não seria mais 6 meses ou 1 ano que me fariam desistir do meu sonho. Contaram-me histórias que valeram muito de como aprender com os outros e agora vejo a importância de ouvir aqueles que querem o nosso bem. Meu pai é outra pessoa que fez de tudo para que eu não desistisse, muito obrigada. Mãe, obrigada por ser essa pessoa tão foda e um baita exemplo para mim. Obrigada por nunca me colocar para baixo dizendo para eu desistir e fazer outra coisa. Era realista: está te faltando alguma coisa? Não?! Então segue estudando que uma hora tu vai passar… Agora vejo o quão importante é ter uma família, pessoas que acreditam em ti. Além disso, arrisco dizer que para muitas pessoas o psicológico não são os outros 50%, para algumas pessoas, como eu, acho que essa soma está lá pelos 80%. Bati na trave 3x na Ulbra, quando corrigia a prova passava dois dias chorando, porque tinha errado coisas absurdas, que já sabia. Era puro nervosismo de muito remédio. Então este ano comecei o neurofeedback com o Hector, ele e a Simone nunca fizeram apologias para que eu parasse de tomar o venvanse, só me deram senso crítico para fazer minhas escolhas e eu parei por vontade própria. Disse que ia ir aguentando sem medicamento e vendo como o neurofeedback ia me ajudando. Parei de cair de sono, comecei a entender rápido o que lia, comecei a conseguir ler mesmo com barulho, antes qualquer ruído me tirava a paz. Resgatei minha força interior que estava adormecida pelos remédios. Diminuiu minha ansiedade, minha memória melhorou muito!!!!!!! Voltei a me conhecer e ver a resiliência que mora em mim. O oitavo lugar tem uma simbologia muito grande porque revela que meu problema não era mais conteúdo e sim o emocional. Alguém que ficou 3 x de suplente numa prova e do nada vai lá, para de tomar certos remédios, passa a fazer um outro método de tratamento, muda a postura e passa em 8° lugar, é a comprovação de que o que faltava não era conteúdo. Não tem como em 6 meses eu ter me enchido de matéria para mudar tão fortemente de colocação. Eu simplesmente me centrei e consegui mostrar tudo aquilo que já tinha estudado. Só tenho a agradecer a Deus, meus pais, meus irmãos e primo, Mariana, Sanabria, Simone e Héctor. Cada um de vocês contribuiu de uma forma absurda para que eu agora não estivesse frustrada em outro curso.
Não gosto de postar muita coisa aqui, mas essa é a forma que consegui de mostrar minha gratidão a vocês. Além disso, serve de exemplo, porque tem muita gente do bem fazendo o que eu fazia, pensando que a solução é um remédio para estudar.
Amanda Diss”
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