Os sons do helicóptero, resgatando as vítimas, irrompem na madrugada.
Nós despertamos, e com ele, todos os outros sentidos, lembrando que estamos vivendo um momento de catástrofe climática no Rio Grande do Sul, que é percebido como uma ameaça à nossa sobrevivência, das pessoas que amamos e dos desconhecidos, que se tornaram tão próximos nos últimos dias.
Eles têm as mesmas dores, os mesmos sonhos, compartilham a nossa humanidade.
Nosso corpo se agita, se prepara para lutar, fugir. Paralisa.
Quanto mais informações chegam, mais acumulam esses sentimentos e emoções. Se não usarmos estratégias para reduzir o impacto desses acontecimentos no sistema nervoso simpático, ele mantém o sistema de alerta ligado, não sai do modo luta ou fuga.
Para poder minimizar esse efeito cumulativo é preciso promover “cortes”, “pausas”. Enfim, momentos para que se possa “desligar” momentaneamente desse fluxo extremo de informações, acompanhadas de sensações também extremas.
Estratégias para se cuidar
Existem muitas estratégias para proporcionar ao corpo esses momentos de freio, de relaxamento. Algumas sugestões incluem:
- Escutar uma música
- Escutar um áudio de meditação
- Praticar uma respiração guiada
- Mexer o corpo
- Tomar um chimarrão
- Focar em alguma tarefa manual
- Enfim, algo que mude seu foco e seja agradável.
Estas atividades podem desligar o sistema de alerta e evitar a sobrecarga psicofisiológica, que leva ao esgotamento.
As pausas para reparação do sistema nervoso precisam ser planejadas, ter espaço na rotina de cada um e realizadas com intenção consciente de cuidar de si.
É uma questão de ficar melhor para ajudar melhor.
Cuide bem de você, para poder cuidar bem do outro!
E se precisarem, estam os por aqui.