Tomada de decisão: competência para empreender

Pensar é o trabalho mais difícil que existe, provavelmente é por isso que tão poucos se dedicam a ele. Henry Ford

Em um mundo em constante transformação, saber tomar decisões inteligentes rapidamente é uma competência desejada por muitos e um campo a ser estudado e desbravado por estudiosos tanto da área da Psicologia quanto da Economia.

Nos últimos anos, seis prêmios Nobel em Economia foram atribuídos a cientistas pesquisadores do processo de tomada de decisão, dada a relevância do tema. São eles: Daniel MacFadden (2000), George Akerlof (2001), Daniel Kahneman (2002), Thomas Schelling (2005), Robert Schiller (2013) e Richard Thaler (2017). O último premiado contribui com ideias que podem ser aplicadas à saúde pública e previdência.

Nos EUA, as ideias desses autores têm sido usadas em estratégias de marketing, com o intuito de alavancar as vendas e ativar o modo automático de tomada de decisão dos consumidores.

Na Psicologia, pesquisas sobre a força de vontade têm intersecção com esses estudos da Economia e é exatamente nesse ponto no qual trabalha a Máxima Performance: auxiliar as pessoas na compreensão do processo de tomada de decisão no seu dia-a-dia – desde a decisão de perder peso, estudar para concurso ou cursar uma faculdade no exterior, até empreender em um projeto profissional. Nossa equipe assumiu o compromisso de tornar esse conhecimento acessível ao público em geral, além da Economia e do Marketing.

Os nossos cursos e livros baseiam-se em pesquisas realizadas em diversos países, além da experiência clínica durante mais de 20 anos. Confira abaixo alguns tópicos presentes em nossas atividades:

1.     O conceito de força de vontade como sinônimo de autocontrole, mas diferente de motivação. Compreender a definição de força de vontade é crucial para gerenciá-la com sabedoria. Durante a tomada de decisão, é importante diferenciar as escolhas motivadoras daquelas que exigem esforço. Você reconhece os momentos em que a motivação é suficiente para levar adiante os seus projetos e aqueles em que a força de vontade será o único diferencial?

2.     Características da força de vontade e o seu esgotamento: pesquisadores verificaram que o autocontrole é limitado, tal qual a bateria de um celular. Partindo dessa mesma analogia da força de vontade com uma bateria, esse mesmo estoque é utilizado para os diversos desafios do dia a dia. Nós gastamos nossa força de vontade com qualquer conflito, desde o momento de escolher a roupa para sair de casa, até as decisões mais importantes no trabalho.

Essa constatação levou a um outro questionamento: se o nosso estoque de força de vontade é limitado, estamos fadados ao fracasso em nossas metas de longo prazo?

Depois de muito estudo e trabalho, corroboramos as conclusões dos pesquisadores: é preciso sabedoria para gerenciar os recursos com eficácia, sem desperdício, para direcioná-los ao que é mais importante e qualificar a tomada de decisão. Existem muitas técnicas e estratégias que foram devidamente testadas em laboratório e que nós podemos escolher conforme a casuística pessoal na hora de empreender.

3.     Aversão à perda e tomada de decisão: o cérebro humano está condicionado a evitar as perdas e barganhar, muito mais do que visualizar os possíveis ganhos quando está diante de um desafio e de escolhas importantes. Isso é herança dos nossos instintos de sobrevivência (não é puramente preguiça ou burrice, como costumamos pensar) e que pode interferir quando queremos empreender.

Para garantir a evolução em qualquer empreendimento, é preciso vencer a tendência da aversão à perda, que pode nos manter na famosa “zona de conforto”.

Você tem autoconhecimento suficiente para visualizar os benefícios de correr riscos em seu novo projeto? Você já superou a aversão à perda? Está ciente dos custos e benefícios implícitos na tomada de decisão?

4.     É possível contar com empurrõezinhos, batizados de nudges por Richard Thaler, que são fatores ambientais que podem nos levar a ter maior autocontrole diante de tentações e tomar decisões melhores.

A sugestão é definir nudges pessoais para levar adiante as nossas metas. Você já deve estar praticando alguns, de maneira instintiva: evitar o restaurante que têm sobremesas mais tentadoras, levar consigo as roupas da academia de manhã quando sair de casa, buscar ambientes e companhias de acordo com os seus interesses.

Enfim, é possível ter um planejamento para aproveitar os nossos recursos com eficácia e direcioná-los para as tarefas prioritárias.

5.     Caos e coerência: usar ferramentas de Bio e Neurofeedback.

Para os pesquisadores da força de vontade e da economia comportamental, para compreender o processo de tomada de decisão é preciso considerar que existem duas formas de pensar: uma automática e instintiva e a outra racional e mais lenta.

Na maioria das decisões, o ser humano utiliza o sistema automático por razões de economia ou avareza cognitiva, como alguns autores referem. Essa avareza sustenta a lei do menor esforço e as decisões não muito inteligentes na maioria das vezes, comprometendo a competência para empreender.

Diante da avareza cognitiva, qual pode ser a estratégia para tomar decisões rápidas e qualificadas?

Além de compreender os conceitos acima e outros, é preciso desenvolver a autoconsciência ao máximo, para perceber os nossos estados internos, físicos e mentais. A autoconsciência é pré-requisito para desenvolver a competência decisória: a tomada de decisão qualificada para empreender em metas de longo prazo.

As ferramentas de Biofeedback podem auxiliar nesse processo: “uma vez que não se pode controlar algo de que não se tem consciência, o biofeedback fornece os meios para que nos tornemos cientes – de forma bastante refinada – de nós mesmos, possibilitando, assim, a aquisição de conhecimento.” (Cade, 1979)

As ferramentas de Bio e Neurofeedback permitem a automonitoramento em tempo real de indicadores fisiológicos e processos de aprendizagem, através de gráficos, jogos, músicas e tarefas. Pode ser em uma técnica simples de respiração, e a pessoa poderá ter monitorado os efeitos sobre a sua fisiologia.

Um exemplo é o índice da variabilidade da frequência cardíaca, considerado pelos pesquisadores o índice fisiológico da força de vontade; quanto maior esse índice, maior coerência cardíaca, que está associada a uma melhor performance sob estresse e respostas mais rápidas e mais acuradas.

Existem diferentes programas de computador que medem a variabilidade do batimento cardíaco e permitem que qualquer um visualize o impacto de seus pensamentos na coerência ou no caos. Nos EUA, alguns softwares de Biofeedback são utilizados para tratar dependentes químicos, mas também para treinar operadores da bolsa de valores e pilotos de aviões, para auxiliá-los na tomada de decisão.

Qual é o objetivo de fazer um treinamento desse tipo? Aumentar o autocontrole e alcançar o equilíbrio na tomada de decisões melhores. Segundo diversas pesquisas, esses objetivos têm sido atingidos: através de maior autoconsciência e coerência cardíaca, é possível diminuir, por exemplo, a aversão à perda e tomar decisões melhores mesmo sob pressão. Outros resultados significativos: melhora da pressão sanguínea, diminuição da irritabilidade, depressão, enfim, dos sintomas comuns de estresse (Servan-Schreiber, 2004), Nas escolas, melhorou o desempenho dos alunos, diminuiu o bullying e evasão escolar (Goleman).

Se quiser saber mais sobre tomada de decisões e o nosso próximo curso, clique aqui: http://conteudo.maximaperformance.com.br/decisoes-inteligentes

E você, leitor? Você tem alguma estratégia para tomar decisões melhores? Como você qualifica as suas decisões?